De todo o nosso aparato sensorial, talvez seja a visão o sentido definitivo. Os olhos servem como nossos principais balizadores nos momentos em que estamos diante de uma bifurcação cognitiva, quando precisamos aceitar ou não algo como verdade. Podemos duvidar da audição, do olfato e do tato, porém para nós, a visão produz provas irrefutáveis!
Talvez por conta desta característica inegavelmente humana, temos visto inúmeras igrejas que se dedicam quase que exclusivamente ao desfile de fenômenos visíveis. Entre os vários eventos extraordinários, um dos que mais se fazem notar é a conhecida “unção do cai-cai”. Não há muita variação sobre o tema: Um pastor leva as pessoas ao chão, em um aparente estado de transe hipnótico, com uma palavra ou gesto impetuoso.
É curioso observar que o “performer” do vídeo abaixo não é um pastor evangélico, e sim um “mestre” em artes marciais que desenvolveu seu kiai a ponto do mesmo ser capaz de derrubar seus adversários sem precisar toca-los. Ele afirma utilizar apenas um “fluxo de energia” que emana de seu corpo.
Em semelhança à “unção do cai-cai”, parece que o kiai só surte efeito naqueles que crêem em seu poder, o que parece não ser o caso do lutador de MMA do vídeo abaixo:
Nossa fé não pode estar alicerçada nas coisas visíveis, pois estas são passageiras por natureza; em um momento estão a frente de nossos olhos, já em outro, não estão mais. Ora, o próprio conceito de fé, segundo o autor da carta aos Hebreus, é algo que independe de “visão”:
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.” (Hebreus 11:1)
Os que vivem esperando por eventos sobrenaturais, assemelham-se mais aos religiosos que solicitaram um sinal miraculoso a Cristo:
“Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém, não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas;” (Mateus 12:39)
O Senhor Jesus foi bem enfático em sua afirmação ao incrédulo Tomé, quando disse a ele que mais felizes são os que não o viram pessoalmente e mesmo assim, creram:
“Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.” (João 20:29)
Caros irmãos, prodígios e maravilhas não são sinais da presença ou da aprovação de Deus. As artimanhas humanas, associadas ou não a poderes malignos, são capazes de coisas impressionantes.
“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.”(Mateus 24:24)
Abraços fraternos,
Carlos Amorim