Creio que por ocasião da proximidade do dia 31 de outubro, aniversário da Reforma Protestante, alguns irmãos começaram a postar suas mensagens no Twitter acompanhadas da hashtag #OrgulhoDeSerCristao. Um outro grupo no entanto, passou a discordar destes primeiros, achando que nada que se refira a “orgulho” combina com o “ser cristão”. A despeito desta discussão, passei a meditar sobre o que é “ser cristão” de fato. Em um passado não muito distante, eu enumeraria facilmente um sem número de traços que caracterizam um “cristão”, hoje contudo, tenho mais perguntas do que respostas…
- Cristão é alguém que faz uso da Bíblia…
Acho que não, pois outros grupos religiosos, como os Espiritas Kardecistas, fazem uso da Bíblia em diversos níveis.
- Cristão é alguém que admira e procura seguir o modelo de Cristo…
- Cristão é alguém que crê na divindade de Cristo…
- Cristão é alguém que não tem vícios…
- Cristão é alguém que vive em santidade…
- Cristão é alguém que ama…
Diante disto, compreendo que se faz necessário recorrer as origens da palavra “cristão”. Esta denominação foi dada pela primeira vez a alguns discípulos de Jesus que pregavam o Evangelho em uma região conhecida na antiguidade como Antioquia, na atual Turquia. A grosso modo, a palavra “cristão” designa alguém que é um “pequeno Cristo” ou uma “imagem de Cristo”.
É maravilhoso constatar que este epíteto não teve origem entre os próprios seguidores de Cristo. Outras pessoas que não partilhavam da mesma fé, viram nas vidas daqueles crentes o transbordar do Espírito de Jesus!
E como este “transbordar” se manifestava? Pois apesar dos recentes apelos a uniformidade – de como devemos nos vestir, falar e agir – os próprios apóstolos nos forneceram um exemplo vivo da diversidade humana que existia na igreja primitiva.
Finalmente, acredito que o Senhor nos amou primeiro (1 João 4:19), outrossim, estou certo que o “ser cristão” vem de Deus para o homem (1 Tessalonicenses 1:4), e por este motivo, não é algo que possa ser quantificado, qualificado e muito menos, “reproduzido”.
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.” (Efésios 2:8)